quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Marítimos contestam afirmação de que armadores querem "liberdade" para contratar

Publicado na coluna "Primeira linha" do "Monitor Mercantil". E começa tudo de novo! A mesma ladainha. Mas vale a pena ler a resposta do Sindmar.

Armadores querem liberdade para contratar


Com base nas conclusões de Schlumberger Business Consulting - empresa contratada para analisar o mercado de oficiais de marinha mercante no país - o presidente do Sindicato Nacional das Empresas de Navegação Marítima (Syndarma), Bruno Lima Rocha, diz não haver mais dúvidas: "Faltam oficiais de marinha mercante no Brasil. Agora, deve-se apenas cuidar de utilizar medidas governamentais já existentes para tratar da questão." Em relação às necessárias novas medidas governamentais, Bruno esclarece que já houve uma flexibilização do artigo 3º da Resolução Normativa (RN) 72 do Conselho Nacional de Imigração, do Ministério do Trabalho. Assim, em inúmeros casos, a autoridade dispensa a participação de marítimos brasileiros em navios e plataformas estrangeiros, como no caso da Petrobras.

Como se sabe, para navios que ficam no país por mais de 90 dias, é obrigatória participação de profissionais brasileiros. Até recentemente, quase metade dos marítimos brasileiros disponíveis - 47% - atuavam em navios estrangeiros, em cumprimento ao artigo 3º da RN 72. Segundo Lima Rocha, isso já retirou alguma tensão do mercado. Mas o mercado demanda mais: não só a suspensão por cinco anos de aplicação do artigo 3º dessa RN 72, como ainda a suspensão célere, também por cinco anos, da RN 80, que exige autorização caso a caso para que empresas usem oficiais estrangeiros em navios brasileiros.

Pelo menos duas empresas já podem usar marítimos estrangeiros em suas embarcações - tanto nacionais como afretadas - e o Syndarma quer o direito de que a análise de admissão de novos oficiais se faça mais rapidamente, conforme decisão empresarial, pelo prazo de cinco anos. A constatação do déficit de oficiais surgiu do estudo da Schlumberger, que foi acompanhado na Comissão Tripartite - formada por Syndarma, Sindmar e Marinha, com participação da Transpetro. Lima Rocha ressalta ainda que, de 1º de fevereiro de 2003 a 31 de janeiro de 2011, o INPC subiu 62%, enquanto a remuneração dos oficiais de marinha mercante no Brasil se elevou em 420%: "Essa alta na remuneração é claro indicativo de que há uma carência", conclui Lima Rocha.

Marítimos contestam 
A assessoria do presidente do Sindmar, Severino Almeida, afirma, em nota, que o mercado de oficiais mercantes permanece em equilíbrio e sem riscos de déficit de profissionais que possa vir a gerar gargalos. Segundo o Sindmar, isso ocorre amparado em acompanhamentos regulares e em informações da Diretoria de Portos e Costa (DPC), da Marinha, órgão encarregado de monitorar e fiscalizar o setor.

O Sindmar considera que o recente estudo feito pela Schlumberger Business Consulting traz dados relevantes sobre o mercado, mas não considera os aditivos ao Acordo Coletivo de Trabalho que estão sendo firmados entre o sindicato e as empresas de navegação, com o objetivo de prevenir eventuais e pontuais pressões de demanda de mão-de-obra.

Os aditivos permitem a flexibilização da Resolução Normativa 72, do Conselho Nacional de Imigração, órgão do Ministério do Trabalho. A resolução obriga as empresas a contratar profissionais brasileiros sempre que as embarcações permanecerem mais de 90 dias em águas brasileiras.

O principal desses aditivos foi assinado com a Transpetro, maior empregadora do setor, em setembro, enquanto o estudo da Schlumberger considerou dados até julho deste ano. Afirma o Sindmar: "Isso significa que os efeitos desses acordos não estão presentes na conclusão do estudo, que apresenta um cenário equivocado, de déficit de 227 profissionais brasileiros neste momento. Ainda assim, esse déficit, se real, seria de menos de 5% do mercado de trabalho, facilmente sanado pelo contingente de mais de 1 mil oficiais mercantes que estão sendo disponibilizados pelos aditivos em curso. Esses navios já não vinham usando oficiais brasileiros, pois que na falta destes oficiais, eles estavam saindo das águas brasileiras e retornando, zerando assim a contagem dos 90 dias! O que o acordo do Sindmar fez foi regular isto, não obrigando a Petrobras a ter este custo adicional de tirar o navio do tráfego e fazer um grande desvio."

Em ofício enviado ao Sindmar em 12 de dezembro passado, a DPC esclarece que "(...) as consequências do acordo com a Petrobras (Transpetro)" (não há que se confundir neste caso Petrobras e Transpetro. A Petrobras afreta navios estrangeiros e navios brasileiros de sua subsidiária Transpetro. Quem assinou o acordo foi a Petrobras, para regular a ausência de oficiais brasileiros a bordo dos navios que afreta). No ofício, a DPC expressa ainda o seu desacordo em relação aos cálculos quanto à evasão estimada e às previsões de falta de oficiais nos próximos anos.

Conclui o Sindmar: "O aumento significativo no número de oficiais mercantes, cuja formação pelas escolas da Marinha quintuplicou desde 2005, tem contribuído para equilibrar o mercado. Sobretudo, se considerado que as encomendas por novos navios de apoio marítimo (offshore) bem como petroleiros não têm se materializado." Em recente entrevista à imprensa, o vice-almirante Leal Ferreira garantiu: "Não há apagão nem caos no setor marítimo por conta de uma suposta falta de profissionais". 

domingo, 25 de dezembro de 2011

Os problemas do Porto de Santos, segundo reportagem da Folha de S. Paulo

Deu na Folha de S. Paulo. Vale a pena ler.

Gargalos elevam espera de navio em Santos
Soma do tempo gasto por embarcações de carga para atracar no porto atinge 11 anos e traz perda diária de até US$ 50 mil
Para analistas, falhas travam competitividade e colocam sistema portuário em nível semelhante ao africano
Jorge Araújo/Folhapress
Navio de carga no porto de Santos (SP)
Navio de carga no porto de Santos (SP)

ARARIPE CASTILHO
DE RIBEIRÃO PRETO


O tempo gasto pelos navios de carga na espera para atracar no porto de Santos soma 11 anos -isso, contando somente o intervalo de janeiro a outubro de 2011.
O problema não foi registrado somente neste ano. Desde 2006, a perda de tempo supera uma década.
Levantamento feito pela Folha, com base em dados da Codesp (Companhia Docas do Estado de São Paulo), mostra que o pico foi 2010, quando o acúmulo de tempo chegou a quase 14 anos.
Para especialistas, além de travar a competitividade da economia brasileira, essa falha na estrutura logística coloca o sistema portuário do país em nível semelhante ao de países africanos ou das nações menos desenvolvidas do Oriente Médio.
Empresas que fazem o transporte marítimo no Brasil dizem que o prejuízo, de cada navio, varia de US$ 25 mil a US$ 50 mil por dia parado, dependendo do tamanho da embarcação.
Os resultados, subestimados, poderiam ser maiores, já que o cálculo desprezou navios que aguardam menos de um dia para atracar.
O complexo santista é o mais importante do Brasil, ao movimentar 24,5% da balança comercial do país nos mesmo dez meses avaliados.
Para Claudio Loureiro, da Centronave (entidade que representa empresas de navegação), os atrasos em Santos são inevitáveis porque a demanda é muito grande.

'DEFICIÊNCIA PATENTE'
A capacidade dos terminais não dá conta desse volume de cargas, afirma o engenheiro naval e consultor da área Nelson Carlini. "Em todos os segmentos de carga essa deficiência é patente."
Ele diz, porém, que a deficiência não ocorre somente em Santos, tido como um dos melhores portos do país.
"[No Brasil] Estamos no nível da África e do Oriente Médio. Já somos menos eficientes que Argentina, Chile, México e Panamá, assim como todo o Sudeste da Ásia e o Extremo Oriente", disse.
A tendência de crescimento do agronegócio pode agravar ainda mais o quadro se não houver novos investimentos no setor portuário (leia texto ao lado).
Para Carlini, porém, os investimentos estão muito limitados a medidas de acessibilidade ao cais, como sinalização e aprofundamento dos canais. "O ideal seria ampliar significativamente o número de portos em todo o Brasil."
O governo federal afirma que investimentos são feitos maciçamente e que o setor tem sido tratado como prioridade desde 2007.

'BOLA DE NEVE'
Atrasos para atracar num porto representam prejuízos em cadeia, tanto para o produtor como para o transportador marítimo.
Quando um navio que faz a cabotagem (escalada porto a porto pelo litoral) tem essa espera, acaba prejudicando toda a programação para os terminais seguintes.
"Vira uma bola de neve", diz Gustavo Costa, gerente-geral de cabotagem da Aliança Navegação e Logística, empresa brasileira do grupo que controla também a alemã Hamburg Süd.
Costa afirma que o problema no Sudeste é "pequeno" diante do que acontece em portos do Nordeste. "Santos é um caso à parte. Suape [PE] está totalmente travado, Salvador [BA], estrangulado."

OUTRO LADO
Governo afirma que setor é prioridade e promete investir
DE RIBEIRÃO PRETO

O porto de Santos vai receber cerca de R$ 1,32 bilhão em investimentos para obras a serem concluídas até 2017, segundo a SEP (Secretaria Especial de Portos), do governo federal.
De acordo com o órgão, o terminal santista é considerado estratégico para o país. Entre as intervenções programadas estão desde obras em avenidas de acesso dos caminhões ao porto até dragagem para agilizar a chegada dos navios ao cais.
De acordo com a assessoria de imprensa da SEP, os investimentos são feitos em portos de todo o país e o setor portuário é tratado como prioridade, desde 2007, quando foi criada a secretaria.
Antes disso, os terminais marítimos ficavam sob a responsabilidade do Ministério dos Transportes.
A SEP diz que dois "grandes projetos" estão em andamento para melhoria do conjunto de portos do país: o Plano de Zoneamento Portuário e o Plano Nacional de Logística Portuária.
Aguardado pelo setor, o PNLP poderá estabelecer diretrizes para a ampliação e a modernização de toda a estrutura de portos do Brasil. O plano está em fase final e deve ser apresentado pela SEP até março de 2012.
A assessoria da secretaria não informou valores de investimentos em outros portos brasileiros.
A Codesp (Companhia Docas do Estado de São Paulo) diz que, embora existam esperas, dos 4.614 navios que passaram pelo porto de Santos entre janeiro e outubro, a maioria (2.780) esperou menos de um dia para atracar.
O diretor de desenvolvimento comercial da Codesp, Carlos Kopittke, afirma que haverá expansão da estrutura de Santos em curto prazo.
Segundo ele, dois novos terminais para contêineres e líquidos a granel entrarão em operação em 2013.
Quando entrar em atividade plena, diz Kopittke, a capacidade de Santos subirá de 3,2 milhões de contêineres (de seis metros de comprimento) para 8 milhões.


É necessário desafogar porto, afirma consultor
DE RIBEIRÃO PRETO


Para dar conta do avanço do agronegócio nas novas fronteiras agrícolas -Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia-, a capacidade portuária do "arco norte" (acima de Salvador) precisa se multiplicar por seis até 2020.
A conclusão é do economista e consultor de logística Luiz Antonio Fayet. Para ele, isso ajudaria a desafogar o porto de Santos, já que hoje Sudeste e Sul escoam mais da metade da produção do Norte e do Nordeste do país.
O Brasil tem 34 terminais marítimos sob gestão da SEP (Secretaria Especial de Portos) e 14 deles estão mais próximos das novas fronteiras agrícolas.
Segundo Fayet, porém, os portos do "arco norte" têm capacidade muito inferior à demanda atual para escoar os produtos.
Ele cita a produção de milho e soja na safra 2009/10. Dos 108 milhões de toneladas colhidas, mais da metade (56 milhões) saiu de campos do Norte e do Nordeste.
Segundo ele, 7 milhões foram exportados por portos do "arco norte". Do restante, 11 milhões foram consumidos nessas regiões e 38 milhões viajaram para o restante do país.
Como o consumo interno de soja e milho foi de 54 milhões no Centro-Oeste, no Sudeste e no Sul, Fayet concluiu que os 36 milhões restantes foram exportados pelo Sul e pelo Sudeste.
Segundo Fayet, a capacidade de escoamento no Norte e Nordeste precisará saltar de 8 milhões de toneladas para 50 milhões em nove anos.
"Conheço produtor de soja e milho que parou de plantar pela dificuldade de escoar a produção. Começaram a criar gado", diz.





quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

O resgate do navio da Vale




"O navio Vale Beijing, de propriedade da STX Pan Ocean e afretado pela Vale, foi rebocado do píer 1 do porto  de Ponta da Madeira, em São Luís, para uma área a 11 quilômetros da costa, na Baía de São Marcos. O deslocamento da embarcação de 361 metros de comprimento foi motivado por questão de segurança e para liberar as operações no terminal. O risco de naufragar, segundo a Capitania dos Portos, não existe mais.
De acordo com a Vale, os técnicos da empresa sul-coreana STX poderão vistoriar com segurança, a embarcação no local onde se encontra para análise dos danos e reparo no navio.
Enquanto era carregado de minério de ferro no dia 5 de dezembro, dois tanques de lastro se romperam e provocaram uma rachadura no casco, próximo a popa. A água que entrou no navio foi bombeada para fora. O Vale Beijing está carregado com 260 mil toneladas de minério de ferro. Lançado em 27 de setembro desse ano, o Vale Beijing, avaliado em US$ 110 milhões, foi construído na Coreia do Sul e é tripulado por estrangeiros.
O inquérito que investiga as causas desse incidente estará concluído em 90 dias. A Marinha do Brasil acredita que a causa deve estar relacionada a uma das três hipóteses: distribuição da carga no embarque, fadiga do material e/ou falha na sua construção."
As informações acima são do site do Sindmar. As imagens do navio foram retiradas da internet.

Blogueiro Mercante para quem gosta de música e de tecnologia

O site do jornal O Globo está publicando uma matéria bem interessante sobre o Google Maps e os cenários de capas de discos famosos. Como a capa de Abbey Road dos Beatles e a de Animals do Pink Floyd. Vale a pena conferir aqui.



Fluminense campeão. No concurso de Musa do Brasileirão 2011


Quem acompanha o Blogueiro Mercante desde o início sabe que o Blog divulgou e colocou em votação o concurso de Musa do Brasileirão 2011. Quem ganhou foi Bianca Leão, do Flu. O site globoesporte.com está divulgando novas fotos da vencedora. Quem for tricolor ou gostar muito de mulher bonita é só clicar aqui.