“Chegança do Almirante Negro na Pequena África”, é baseado
no episódio da Revolta da Chibata e seu líder João Cândido. A Revolta da
Chibata foi um movimento de militares da Marinha do Brasil, planejado por cerca
de dois anos e que culminou em um motim que se desenrolou de 22 a 27 de
novembro de 1910, na baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, capital do país na
época, sob a liderança do marinheiro João Cândido Felisberto. O espetáculo com
direção geral de Ligia Veiga, dramaturgia criada a partir de textos da diretora
em parceira com o cordelista Edmilson Santini, conta com direção de arte de
Helio Eichbauer, figurinos e adereços criados por Domingos de Alcântara,
encenado pelo elenco da Grande Companhia em parceria com a Orquestra sobre
pernas de pau “Gigantes pela própria natureza”. Os músicos, atores e dançarinos
atuam sobre pernas de pau, reforçando o aspecto arquetípico e tragicômico dos
personagens. A trilha sonora ao vivo, referenciada nos folguedos populares, é
composta especialmente para o espetáculo seguindo uma linha de pesquisa baseada
em melodias e ritmos do auto popular brasileiro: cheganças e marujadas. A
história do líder da Revolta da Chibata, o herói popular João Cândido, será
contada em forma de Epopéia Marítima, reapresentando nas ruas este capítulo da
história do povo brasileiro, pouco conhecido, mas de grande valor histórico e
cultural. A peça “Chegança do Almirante Negro na Pequena África”, é um auto
popular brasileiro que entrelaça intimamente essas raízes e revela, a nós
brasileiros, parte essencial da nossa memória e identidade. Beirando a enseada
escura na direção dos jardins da Glória, Oswald de Andrade recosta-se num banco
do Cais do Porto e narra a um grupo de peixeiros o que aconteceu naquele
minuto-século do dia 22 de novembro de 1910 na capital federal.
Fonte: Cena Brasil Internacional.
Hoje na "RJ TV - Primeira Edição" a Globo fez um registro do espetáculo. Para ver, clique aqui.
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