segunda-feira, 12 de março de 2012

Navegar não é apenas preciso. É difícil também

O jornal "A Gazeta", do Espírito Santo, publicou domingo uma reportagem sobre a rotina dos práticos. Vale a pena conferir.


Rota do navio: a difícil arte de navegar

A GAZETA acompanhou a rotina dos práticos, responsáveis por assumir um navio na barra e trazê-lo ao porto: uma verdadeira aventura diária

10/03/2012 - 17h44 - Atualizado em 10/03/2012 - 17h44
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Rita Bridirbridi@redegazeta.com.br

Quem vê um navio chegando a um terminal portuário, ou mesmo atracado, talvez nem faça ideia de toda a logística necessária para a embarcação chegar ao porto com segurança. Uma das várias categorias envolvidas nessa articulada logística é a praticagem, profissão que surgiu em 1808 com a chegada da família real ao Brasil.
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Navio da empresa MSC faz guinada para seguir em direÁâ??o ao Porto de VitÃ?ria. Em seu caminho, um pequeno barco com pescador - Editoria: Economia - Foto: Carlos Alberto Silva
Quando um navio chega na barra, é preciso que o comandante acione a praticagem para levar a embarcação até o porto de destino; só eles podem fazer isso
E uma das funções do profissional da praticagem, o prático, é assessorar o comandante na condução da embarcação. O prático embarca no navio, quando ele sai da barra, onde fica fundeado, e só deixa a embarcação depois que ela atraca no cais. Pelo fato de o prático conhecer os obstáculos do canal de navegação e os reflexos dos ventos e das marés, o comandante sempre acata as orientações dele.

"O prático tem que estar pronto para trabalhar em todo porto e berço", destaca o secretário executivo da Praticagem no Espírito Santo, Gilson Victorino. Para ter conhecimento suficiente a fim de conduzir a embarcação com segurança, o profissional recebe treinamento pelo período de um ano.

E quando se trata de um canal de navegação com tantos obstáculos, como é o do Porto de Vitória, a responsabilidade da praticagem aumenta ainda mais.

"É um porto difícil, em face de todas as restrições que apresenta", salienta Victorino. Ele lembra que o Porto de Vitória é um porto natural, que foi recebendo adequações com o passar dos anos. E com tantos obstáculos, é um desafio constante para os profissionais da praticagem. No infográfico acima, é possível notar a dificuldade para se conduzir uma embarcação tão grande até seu destino final. "Se esse porto fosse construído hoje, certamente não seria aprovado", garante.

AtividadeNo Espírito Santo, atuam 26 práticos (os nomes são aprovados em processo seletivo promovido pela Marinha do Brasil). Os profissionais são divididos em três grupos, que trabalham em escala, por um período de seis horas. Em cada escala, geralmente, o prático faz três manobras consecutivas.

No Estado, atendem os terminais do complexo portuário de Vitória (Tubarão, Capuaba e Vitória), de Ubu, em Anchieta, e de Barra do Riacho, em Aracruz.

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Falar da remuneração é um tabu para os profissionais da praticagem. Quase um assunto proibido. Eles evitam a todo custo falar quanto ganham. Para se ter uma ideia, em recente processo seletivo nacional, a informação é de que a remuneração do prático varia de R$ 60 mil a R$ 130 mil, por mês, mudando de acordo com a região portuária e a movimentação de navios.

O trabalho da praticagem é realizado como se fosse um tripé, formado pelo prático, pela atalaia (central de controle de navios) e pelas lanchas. A praticagem dispõe de seis lanchas para os práticos (projetadas para a atividade) mais três lanchas de apoio. Cada lancha navega com dois marinheiros.

As lanchas levam os práticos até a embarcação e, depois que o navio está atracado, trazem o profissional de volta. O mesmo procedimento é feito na saída do navio do porto. Os agentes marítimos são os responsáveis pelo pagamento do trabalho desenvolvido pelos práticos. Cada agente arca com os custos das manobras da embarcação. 

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