segunda-feira, 11 de junho de 2012

Blogueiro Mercante de olho na Mídia: os cuidados para ter privacidade na internet

Deu hoje na versão do The New York Times da Folha de S. Paulo.


Cobrindo pegadas para ter privacidade na internet
Por KATE MURPHY

Embora seja provavelmente impossível encobrir totalmente suas atividades on-line, você pode tomar medidas para garantir mais privacidade. O truque é encontrar o equilíbrio entre custo e conveniência.

Há hackers passeando pelos pontos de Wi-Fi, claro. Mas especialistas em segurança e defensores da privacidade dizem que mais preocupantes são os provedores de serviço da internet, os buscadores, os provedores de e-mail e os administradores de sites. E, se uma entidade atua em mais de uma função, como Google, Yahoo, Facebook e AOL, elas podem facilmente comparar seus e-mails com seu histórico de buscas, além de descobrir sua localização e identificar os equipamentos que você usa para se conectar.

"O pior é que eles vendem essa intrusão como uma grande dádiva para a sua vida, já que moldam serviços as suas necessidades", disse Paul Ohm, professor associado de direito da Universidade do Colorado, em Boulder, especializado em privacidade da informação e crimes digitais. "Mas a maioria das pessoas quer mesmo entregar tanto? Não."

Ele aconselha as pessoas a se desconectarem de sites como Google e Facebook sempre que possível, e não usarem o mesmo provedor para múltiplas funções. "Se você faz buscas no Google, talvez não deva usar o Gmail."

Serviços gratuitos menos conhecidos, como HushMail, RiseUp e Zoho, prometem uma política de não-intrusão. Ou pode-se criar um servidor de e-mail próprio, como fez Sam Harrelson, professor do ensino fundamental em Ashville, na Carolina do Norte.

"O tópico das políticas de privacidade e o que vem pela frente para as nossas pegadas digitais é fascinante e pertinente para mim, pois trabalho com garotos de 13 e 14 anos que estão começando a mexer no Gmail e todos os aplicativos do Google, além do Facebook, Instagram e os games sociais", afirmou. "Não tenho nada a esconder, mas estou desconfortável com o que entregamos."

Mas, mesmo tendo seu próprio servidor de e-mail, o Google continuará lendo os e-mails trocados com contas do Gmail, segundo Peter Eckersley, da Fundação Fronteira Eletrônica, grupo de defesa dos direitos digitais, de São Francisco. "Você não pode escapar totalmente."

Outra tática é usar o buscador DuckDuckGo, cujo slogan é "Não seguimos nem borbulhamos você!". "Borbulhar" (bubbling) é a filtragem dos resultados de buscas com base no seu histórico de pesquisas.
Especialistas em segurança recomendam acionar o modo privado do seu navegador. Isso garante que cookies de monitoramento sejam apagados quando você fecha o navegador.

Mas esse modo privado não esconde o seu endereço IP, que permite que sites saibam quem você é, onde está, e quando e por quanto tempo visitou suas páginas. Resguardar o seu IP é possível se conectando às chamadas redes privativas virtuais, ou VPNs, como as oferecidas por WiTopia, PrivateVPN e StrongVPN. Esses serviços, cujos preços variam de US$ 40 a US$ 90 por ano, roteiam seu fluxo de dados para um servidor proxy, onde ele é despido do endereço IP antes de ser enviado ao destino.

Há também o Tor, um serviço gratuito com 36 milhões de usuários. O Tor criptografa dados e os joga para uma série de servidores proxy, de modo que nenhuma entidade saiba a fonte dos dados.

"Empresas como o Google estão criando esses enormes bancos de dados usando suas informações pessoais", disse Paul Hill, consultor sênior da SystemExperts, empresa de segurança para redes de Sudbury, Massachusetts. "Eles podem ter as melhores intenções agora, mas sabe-se lá como estarão daqui a 20 anos, e aí será tarde demais para pegar tudo de volta."

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