sexta-feira, 27 de abril de 2012

A bizarra imprensa esportiva da China

Você é daqueles que se divertem ou ficam indignados assistindo, ouvindo ou lendo notícias e comentários da imprensa esportiva brasileira? Se é, ainda não viu nada. Leia abaixo as pérolas jornalísticas divulgadas hoje no site "Vista chinesa", da Folha de S. Paulo.


A bizarra imprensa esportiva chinesa



Pelé visita instalações olímpicas em Pequim (22.ago.2008/Divulgação).
Por Eric Vanden Bussche, de Taipei (Taiwan)
Em fevereiro de 2004, a seleção de futebol do Kuait, então dirigida pelo brasileiro Paulo César Carpegiani, desembarcou em Guangzhou para uma partida contra a China. Na época, eu trabalhava num jornal chinês e estava no sudoeste do país realizando uma reportagem sobre uma pequena comunidade agrícola da etnia miao. Como era o único do jornal que falava o português, fui escalado para entrevistar o técnico brasileiro, embora não entendesse nada de futebol.

O editor queria que eu pautasse a entrevista sobre declarações que Paulo César supostamente havia feito à imprensa chinesa sobre a sua rivalidade de 30 anos com o técnico da China, o holandês Arie Haan. Ambos haviam jogado por suas respectivas seleções na Copa do Mundo de 1974, na qual a Holanda despachou o Brasil por 2 a 0 na semifinal.

Segundo suas supostas declarações, Paulo César enxergava o jogo entre o Kuait e a China como uma revanche pela derrota de 1974. Antes mesmo de o técnico brasileiro desembarcar em Guangzhou, manchetes nos jornais chineses já frisavam o seu profundo desejo de vingança contra seu arquirrival Haan.

Liguei para Paulo César e comecei indagando sobre o assunto. Ele ficou perplexo e me surpreendeu ao perguntar o nome do técnico da seleção chinesa. Quando disse que se tratava de Arie Haan, ele respondeu que nunca tinha ouvido falar dele e ainda quis saber se o holandês havia realmente participado do mundial de 1974. “Como é possível ter uma rivalidade com uma pessoa que nem conheço?” insistiu. Mas como explicar então as suas declarações à imprensa chinesa sobre a sua sede de vingança? “Deve ser imaginação da parte deles”, me respondeu com uma gargalhada.

Esse é apenas mais um episódio no bizarro no mundo da imprensa esportiva chinesa, onde é possível encontrar de tudo: matérias que parecem obras de ficção, casos de plágio e supostas “entrevistas exclusivas” com esportistas famosos que não passam de frutos da imaginação dos repórteres. (...)"

(continua)

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